Na mesma semana, um novo estudo da Universidade do Algarve alerta para uma clara falência no sistema de abastecimento de água no Algarve face à seca. O estudo indica a possibilidade de faltar água nas torneiras, apontado que não há – num prazo de dois a três anos – soluções à vista, a não ser esperar que chova. O abastecimento de água à região é garantido em metade pelas barragens e a outra metade pelos aquíferos. De momento as seis barragens estão muito aquém do armazenamento necessário e o principal aquífero da região. Querença/Silves, encontra-se também em situação crítica.
António Pina, o presidente do Conselho da Comunidade Intermunicipal do Algarve-Amal, indica que “se continuar sem chover, temos de pensar em atribuir quotas de distribuição aos municípios”.
A temporada de furacões do Atlântico já causou estragos bíblicos e está longe de ter terminado
O Furacão Ian cessou este fim de semana com o número de mortos na Florida a atingir as 87 pessoas e continuar a crescer. Mais de 2 milhões de casas e empresas em toda a Florida continuam sem energia.
O Governador Republicano Ron DeSantis disse que a tempestade causou danos “bíblicos” na Ilha de Sanibel. A NASA relata que as temperaturas do oceano ao largo da costa da Florida foram até 3 graus Fahrenheit mais quentes do que o habitual nesta época do ano, ajudando a alimentar a rápida intensificação de Ian.
O furacão Ian tinha antes devastado Cuba, onde a maioria do país ficou sem eletricidade e matou pelo menos duas pessoas. Ao mesmo tempo o Furacão Fiona devastou Porto Rico Hispaniola e leste do Canadá. Cerca de um sexto de Porto Rico permanece sem energia após duas semanas de ter sido atingida.
A temporada de furacões do Atlântico só termina oficialmente a 30 de Novembro. Nos últimos anos foram nas últimas oito semanas da temporada que se registaram os maiores furacões, incluindo o Furacão Zeta e o Sandy. Os meteorologistas estão a acompanhar de perto os distúrbios em risco de se desenvolverem nas Caraíbas e ao largo da costa de África durante os próximos dias.
A crise climática está aqui e agora e veio para ficar. Um novo estudo descobriu que a acidificação do Oceano Ártico Ocidental está a acontecer três a quatro vezes mais depressa do que noutras bacias oceânicas devido ao uso de combustíveis fósseis.
Face ao contexto económico recessivo, um novo relatório da Oxfam chamado “End Austerity” [Fim à Austeridade] mostra que 85 por cento da população mundial viverá sob medidas de austeridade até 2023. É provável que esta tendência se mantenha até pelo menos 2025, quando 75 por cento da população mundial (129 países) ainda puder estar a viver nestas condições.
A proposta de aumentos salariais para a função pública para 2023, apresentada pelo Governo nesta segunda-feira, aponta para um aumento médio dos salários de 3,6% no próximo ano, muito aquém da inflação que o segundo a estimativa do Governo será de 7,4%.
Enough Is Enough
Num recuo histórico a primeira-ministra britânica, Liz Truss, e o ministro das Finanças britânico abdicaram do plano para abolir o escalão de 45% de imposto para as pessoas mais ricas da Grã-Bretanha. A proposta suscitou protestos, uma queda repentina do valor da libra esterlina, um quase colapso do sistema de pensões britânico privatizado e um aviso do Fundo Monetário Internacional. No domingo, centenas de milhares de pessoas na Grã-Bretanha saíram à rua num protesto organizado pela campanha “Enough Is Enough”. No Reino Unido estão a acontecer diversas ações de desobediência civil para travar a crise climática e aumento de custo de vida – segue Just Stop Oil e Don’t Pay.
Portugal aquém das metas climáticas
Uma viagem de comboio de Lisboa ao Porto demorará 1h15 … depois de 2030. Falta saber quando melhoramos a restante ferrovia em Portugal, aumentamos as rotas de forma a ser possível chegar a todas as cidades via comboio e voltamos a ter ligação ferrovia entre Lisboa e Madrid.
Na mesma semana o Governo alterou os poderes nos municípios sobre aeródromos de interesse nacional, de forma a que estes não possam vetar a construção do novo aeroporto. Já agora, sabias que desde 2019 houve pelo menos 40.000 “voos fantasma” a chegar ou partir do Reino Unido?
Até o enviado da ONU David Boyd avisa que Portugal tem de acelerar a ação climática e apela ao Estado que oiça e responda às preocupações dos jovens.
Dando um salto ao sector energético, esta semana revelou-se que enquanto se discute a viabilidade financeira das centrais dos leilões solares de 2019 e 2020, o Ministro do Ambiente Duarte Cordeiro elevou para 10 gigawatts (GW) o objetivo do seu primeiro leilão de energia eólica offshore. O que realmente precisamos é de soluções reais, justas e dirigidas pelas e para as pessoas (descobre como no relatório de 2021 de Empregos para o Clima).
Portugal continua a receber gás da Rússia
Desde o do início da guerra na Ucrânia Portugal importou mais de 300 mil toneladas de produtos petrolíferos da Rússia. Pelo menos cinco navios atracaram no Porto de Sines provenientes de portos russos transportando gás natural liquefeito (GNL) para o depósito da REN, além de outros derivados do petróleo. Isto aconteceu enquanto Portugal se apresentava como a alternativa para a dependência europeia dos hidrocarbonetos russos e Bruxelas definia sanções contra este tipo de importações.
O relatório da Global Witness diz que mais de 1.700 pessoas morreram enquanto tentavam impedir a exploração mineira, a extração de petróleo ou o abate de árvores nas suas terras. Ao longo dos 10 anos, países do sul global como Brasil e Colômbia registaram o maior número de mortes. Os investigadores afirmam que os números subestimam a verdadeira escala da violência.
Lula e Bolsonaro vão a segunda volta no Brasil
A eleição para a presidência do Brasil vai para uma segunda volta. Lula ficou à frente, mas não o suficiente para conseguir a vitória na primeira volta. Esta eleição é crucial para temas como a preservação da Amazónia e direitos indígenas.