Dezenas de ativistas pela justiça climática bloquearam a sede da GALP, nas Torres de Lisboa, esta segunda-feria, 17 de outubro, para interromper a atividade regular e criminosa da GALP de nos conduzir à crise climática e do custo de vida.
Às 8h30 mais de 20 activistas estavam a bloquear a entrada principal da sede de GALP com 3 delas coladas às portas de entrada da sede que, como as principais empresas fósseis do mundo, se aproveitou da invasão da Ucrânia pela Rússia para aumentar os seus preços e os seus lucros como nunca. Os lucros recorde da Galp de 420 milhões de euros no primeiro semestre estão diretamente relacionados com o aumento dos preços e da inflação.
Às 10h00 a polícia apareceu em defesa da GALP. As activistas permaneceram no local até 12h30 com energia, saindo do local quando as 3 activistas coladas foram retiradas e detidas pela polícia.
As restantes activistas caminharam até à esquadra onde fizeram um vigília em apoio e solidariedade.
A GALP lucra com a crise do custo de vida e com a crise climática – até quando?
O aumento do custo de vida dos povos nos países por todo o mundo e em Portugal é consequência de uma economia capitalista construída para ser viciada em combustíveis fósseis. Os lucros das petrolíferas triplicaram este ano, fazendo com que os preços de tudo aumentassem.
Ao mesmo tempo, é devido à extração, importação e queima de gás fóssil e de outros combustíveis fósseis que atualmente estamos à beira do colapso climático. A Europa está a passar pela maior seca dos últimos 500 anos, a agricultura está prestes a colapsar. Um terço do Paquistão está debaixo de água devido a cheias incontroláveis. A crise climática está cá e agrava todas as crises sociais existentes tal como coloca em risco a nossa sobrevivência. A GALP sabe disto e continua a expandir a exploração de gás fóssil e é a maior importadora de gás fóssil para Portugal.
No meio desta crise energética e social, por cima da crise climática, os governos europeus estão a ceder à chantagem da indústria fóssil e, em vez de acelerarem para acabar com a dependência a gás fóssil, continuam a subsidiar essa energia e a construir mais infraestruturas de gás fóssil.
Esta é uma ação do Climáximo no âmbito da campanha gás é andar para trás que reivindica o encerramento faseado de todas as infraestruturas existentes de produção de eletricidade a partir de gás fóssil, com uma transição justa que garanta formação profissional e emprego digno para quem neste momento depende do trabalho nestas empresas.
O plano que nos garantirá soberania e segurança energética é uma transição justa e rápida para 100% energias renováveis públicas e gratuitas para todas as pessoas.
Eles nunca pararam. Eles nunca vão parar. Cabe a nós para-los.
Não somos nós os criminosos mas sim a GALP que enche os bolsos
Não somos nós criminosas, mas sim a GALP! disse uma das activistas quando levada pela polícia. 3 activistas foram detidas por se terem colado às portas da sede da Galp para travar esta empresa criminosa de continuar a lucrar com a crise social e por nos conduzir ao colapso climático por continuar a extrair, importar e queimar gás fóssil.
Ativistas que lutam por um mundo mais justo são detidas, trabalhadores não têm como pagar as contas e sobreviver. Os verdadeiros criminosos estão há muito identificados, mas continuam sob proteção dos sucessivos governos e instituições do Estado, e em vez de responderem pelas suas ações, são premiados com lucros extraordinários, apoios e subsídios, e mais infraestrutura de gás fóssil que alimenta a crise climática conduzindo a humanidade ao colapso.
As 3 activistas foram detidas pela PSP, levadas para a esquadra e, pelas 15h00, levadas para o Campus da Justiça. Foi aplicada uma suspensão provisória do processo e foram libertas. À saída deixaram claro que o movimento pela justiça climática não vai parar enquanto a indústria fóssil não parar!