Coletivo ativista português em solidariedade com quem “defende a vida contra o lucro” na aldeia alemã ocupada em protesto que está a ser despejada pela polícia
O coletivo Climáximo emitiu hoje um comunicado em que diz estar em “total solidariedade com as mais de 35.000 pessoas que estão hoje concentradas em Lützerath”. Esta aldeia localiza-se numa região da Alemanha rica em carvão, e a sua demolição foi acordada entre o Estado alemão e a empresa fóssil RWE, no que o Climáximo refere como “um pacto com o diabo, em que o Governo alemão finge precisar desta zona de sacrifício para reduzir a dependência fóssil da Rússia, enquanto mantém o padrão da dependência fóssil que nos leva ao colapso do clima”.
Ao longo da última semana a aldeia tem sido despejada pela polícia alemã, no que o Climáximo considera ser “um ataque com uma mobilização de meios policiais como se fosse uma guerra”, encontrando-se ainda ocupada por ativistas que resistem em túneis e casas em árvores. Foi convocada para hoje uma manifestação no local, onde Greta Thunberg se juntou a milhares de outras pessoas do movimento por justiça climática na Alemanha, enquanto a polícia cerca toda a vila e tenta a todo o custo terminar a ocupação pacífica.
Numa referência à presença do partido verde alemão na coligação governamental e no estado onde se localiza a aldeia, o Climáximo refere ainda que “na hora da verdade, bem podem pintar a solução a Verde, que o único verde que está a ser defendido é o do dinheiro, à custa da verde esperança num futuro abaixo de 1.5°, fora de emergência climática, e de um futuro em que se cuide mais da vida de milhões do que dos milhões nas contas de alguns”. De acordo com o coletivo, “só há uma solução para o gás, petróleo e carvão: deixá-los no chão”, frisando que o Governo alemão “não pode permitir a extração de nem mais uma pedra de carvão se quer ter a mínima hipótese de travar a fundo a crise climática”.
Esta ação tem tido também a solidariedade de ativistas não só pela Alemanha, mas também por várias outras partes do mundo, como através da ativista ugandesa Vanessa Nakate, ativistas de Rojava ou até Colombia.