Dia 14 de Fevereiro, os balcões das empresas de jatos privados e as máquinas de raio-x do aeródromo de Cascais foram inutilizados por apoiantes da campanha Abolir Jatos Privados e Scientist Rebellion, afirmando que a desigualdade económica está na raiz da crise climática.
Com uma faixa onde se lê “vosso luxo, nossa sobrevivência”, as dezenas de pessoas permaneceram no espaço até o inutilizarem com tinta, saindo calma e ordeiramente após a ação. Cientistas colaram no exterior estudos sobre o impacto danoso dos jatos privados.
Respondendo ao apelo internacional Make Them Pay, os presentes salientam que “Estamos a afetar apenas os 1%: os mais ricos, os mais culpados pela crise climática, que usam o seu poder para bloquear soluções reais – têm de ser pessoas normais a agir.”
“Uma viagem de jato privado custa milhares de euros, e emite mais CO2 que uma família média portuguesa num ano inteiro. É a forma mais rápida e injusta de queimar combustíveis fósseis”, afirma Carolina Falcato, porta voz da campanha Abolir Jatos Privados. Sublinha ainda que “não podemos permitir que um grupo minúsculo de ultra-ricos privilegie o seu luxo, e ponha em causa o nosso presente e futuro”.
Sara Gaspar, cientista do grupo Scientist Rebellion, aponta que os 1% mais ricos são responsáveis, segundo o relatório de Emissions Gap da ONU, por cortar mais de 97% das suas emissões pessoais. Segundo a porta-voz, “viajar em jatos privados é completamente imoral e inapropriado durante a crise climática que estamos a viver”.
Uma apoiante da ação é filmada em direto nas redes sociais enquanto atirava tinta no interior do aeródromo, discursando que o uso de jatos privados “É um crime do luxo contra a vida. Mas os ultra-ricos mandam no governo. A nossa casa está a arder, os culpados nunca vão agir, toda a gente tem de parar o fogo.”
Internacionalmente, neste mesmo dia, a campanha Make Them Pay contou com dezenas de bloqueios de aeroportos por todo o mundo. Protestantes afirmam a necessidade de agir pelas suas próprias mãos após petições, negociações, manifestações, e ações simbólicas terem falhado.
O comunicado internacional adianta que a campanha é uma chamada para a ação. “Esperamos mais protestos disruptivos nos próximos meses. Temos de aplicar pressão, principalmente nas elites, para lidar com estas desigualdades de uma vez por todas”.
Sabe mais sobra a campanha abolir jatos aqui.