No dia 31 de Março, os ativistas que interromperam o discurso do Ministro do Ambiente na Electric Summit estão a ser constituídos arguidos com acusação de desobediência. Os ativistas declaram que o crime em causa chama-se a economia fóssil, denunciam o governo e as empresas pela crime de desobediência às leis da Natureza e da Humanidade, e convocam ação de bloqueio no terminal de GNL em Sines no dia 13 de Maio.
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Contexto
No dia 8 de Junho de 2022, os jornais do grupo Cofina e a Galp co-organizaram uma conferência, “Electric Summit”, com a presença do Ministro do Ambiente e Ação Climática Duarte Cordeiro, o Secretário do Estado de Ambiente e Energia João Galamba, o CEO da Galp Andy Brown, o CEO da Savannah Resources David Archer e o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa Carlos Moedas.
No âmbito da campanha Gás é Andar para Atrás, os ativistas pela justiça climática interromperam a intervenção inicial do Ministro do Ambiente, denunciando os planos dos políticos e das empresas para aumentar os combustíveis fósseis na economia portuguesa e levar o planeta ao caos climático. Com cartazes de “1.5ºC vs. Lucro”, “1.5ºC vs. Gás”, “1.5ºC vs. PS”, “1.5ºC vs. Galp” e “1.5ºC vs. Capitalismo”, os ativistas disseram que não dão licença social para estas pessoas falarem sobre clima ou transição enquanto montam uma expansão energética em todas as frentes. Os ativistas foram tirados pacificamente pelos polícias e foram identificados.
Situação atual
Passado nove meses, Portugal está numa crise de custo de vida dirigida pelo aumento dos preços de energia o que pela sua vez é causado principalmente pelos lucros recorde das empresas de combustíveis fósseis.
Passado nove meses, na semana depois do novo relatório do IPCC, a Galp continua a lucrar, a crise climática continua a agravar, e seguido duma queixa do PSP os ativistas estão a ser constituídos arguidos pelo Ministério Público, com acusação de desobediência.
Os governos e as empresas de combustíveis fósseis estão a desobedecer as leis da natureza e da humanidade todos os dias em que sustentam a economia fóssil. Os resultados dessa desobediência são o colapso climático e o aumento do custo de vida que colocam milhões de pessoas em risco de vida. Parar este crime não é um direito, é uma responsabilidade cidadã.
A decisão dos ativistas
Os ativistas que não aceitarão a suspensão provisória do processo e serão assim constituídas arguidas, estão disponíveis a debater o papel do governo e das empresas no colapso climático.
Uma conferência sobre energia com a presença das empresas que nos trouxeram até aqui, é uma cena de crime. A participação do governo nessa conferência é cumplicidade no crime. O novo investimento no terminal de GNL em Sines para receber ainda mais gás fóssil em Portugal é um ato premeditado de destruição climática e social.
Os ativistas alertaram: “Eles nunca pararam. Eles não vão parar. Cabe-nos pará-los. Convocamos todas as pessoas preocupadas com a crise climática ao porto de Sines, no dia 13 de maio, para parar o gás.”
A interrogação terá lugar no dia 31 de março, a partir das 10h00, no Campus de Justiça Edifício C onde os ativistas estarão dispostas a prestar declarações, não havendo no entanto nenhuma vigília/concentração agendada.
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Mais informações sobre a ação:
Comunicado de imprensa: https://www.climaximo.pt/2022/06/08/acao-ativistas-pela-justica-climatica-interromperam-o-discurso-do-ministro-do-ambiente-na-conferencia-organizada-pela-galp/
Notícia no RTP (vídeo): https://www.rtp.pt/noticias/politica/ministro-interrompido-por-ambientalistas-ambientalistas-expulsos-da-sala_v1411980
Notícia no TSF: https://www.tsf.pt/portugal/politica/sao-os-que-nos-trouxeram-ao-caos-climatico-ativistas-interrompem-discurso-do-ministro-do-ambiente-14925805.html
A ação no dia 13 de maio de 2023, em Sines: www.pararogas.pt