Começaram hoje as atividades do Acampamento 1.5. As participantes montaram as suas tendas no recinto da feira de Melides, que começou a ficar cheio de vontade de lutar para ficarmos abaixo dos 1.5ºC de aquecimento da temperatura média global.
Demos início a este acampamento de ação com um plenário de abertura, onde foram apresentadas as equipas, o programa e eixos do acampamento, onde falámos do porquê de estarmos aqui, onde demos os primeiros passos para o objetivo final desta semana: a ação na refinaria da Galp, em Sines.
Para além disso, foram expostas e explicadas as várias tarefas de manutenção e cuidados que serão realizadas para permitir que este acampamento aconteça e foram procuradas voluntárias disponíveis para as realizar. Foi também apresentada e discutida a Política de Espaço Seguro. A equipa de Cuidados facilitou um exercício de discussão em grupos sobre os desafios, para cada pessoa, de cumprir, fazer cumprir, e lidar com incumprimentos desta política. Foi explicada também a importância de a respeitarmos de forma a garantir um espaço seguro, física e psicologicamente, e inclusivo para todas as participantes.
O plenário deixou-nos com a sensação de urgência e necessidade de ação coletiva. Juntamo-nos aqui num ato de resistência contra os impactos do capitalismo na emergência climática, os sucessivos falhanços institucionais e estatais, e as suas repercussões no litoral alentejano, mas também com otimismo revolucionário. “O melhor que posso fazer com a minha revolta é organizar-me em ação contra o sistema”, diz a Leonor. Entre agradecimentos à equipa que fez com que este projeto fosse possível, o programa de atividades para os próximos dias e as regras comunitárias, deixamos claras as nossas intenções: “Estamos aqui contra o capitalismo!”
O dia acabou com a atuação do Gabriel Pepe, que nos trouxe a sua música inspiradora para abrir em grande este acampamento.