As sessões do 8º Encontro Nacional pela Justiça Climática

De 10 a 12 de fevereiro, junta-te a centenas de pessoas e dezenas de organizações do movimento pela Justiça climática no 8º Encontro Nacional pela Justiça Climática, em Coimbra.

A página principal do Encontro, aqui.


10 de fevereiro, sexta-feira, às 18h30

Sessão de Abertura

Atelier A Fábrica (Rua Simões de Castro 173, 3000-388 Coimbra)


11 de fevereiro, sábado, das 9h30 às 19h30

Departamento de Física da Universidade de Coimbra (Rua Larga, 3004-516 Coimbra)

Durante o dia inteiro, vamos ter um Espaço Criança. Vê o programa do Espaço Criança no fundo desta página. Pergunta na mesa de receção para mais informações.

9h30 Plenário Inicial

Neste plenário, vamos aterrar no Encontro. O dia é cheio com várias sessões paralelas. Há também assuntos práticos que gostaríamos de esclarecer.

Durante o dia inteiro, vamos ter um Espaço Criança. Vê o programa do Espaço Criança no fundo desta página. Pergunta na mesa de receção para mais informações.


10h00 Sessões paralelas

Não serei eu um animal?

sessão organizada pela Frente Ativa pela Libertação Animal

Partindo da perspetiva dos animais não-humanos, será introduzido o conceito de interseccionalidade da opressão e da dominação.

Esta forma de entendimento enfatiza as relações entre a opressão de animais não-humanos e a opressão de subgrupos de seres humanos, tais como pessoas sexualizadas ou racializadas.

Quando compreendermos como estas diferentes formas de opressão estão relacionadas, iniciaremos uma conversa estratégica sobre como diferentes movimentos podem apoiar-se mutuamente e como as lutas podem convergir.

Nenhum de nós é livre, até que todos nós sejamos livres!

Democracia Energética

sessão organizada por Ecomood Portugal e Zero

Mais de um século de aposta nos combustíveis fósseis resultaram numa dependência perigosa no setor energético com as suas consequências na pobreza energética e em infraestruturas e práticas com elevado custo sócio-ambiental.

Em 2022, tudo isto ficou ainda mais visível com a crise no sistema energético a exacerbar os custos na população sem que haja diminuição dos lucros por parte dos responsáveis. Um sintoma sectorial de uma questão maior – a crise climática.

Descarbonizar o sistema energético é urgente e uma transição sem justiça só irá favorecer quem lucra com as crises.
Nesta sessão vamos discutir esta crise dos preços de energia e como a descentralização e democratização do sistema energético dão resposta à luta com justiça para todas.

Com foco na sustentabilidade ambiental e social na área da energia, daremos destaque a caminhos e exemplos práticos – do autoconsumo à cogeração, e até às comunidades de energia.

Mineração no Mar em 2023

sessão organizada pela Sciaena

A mineração em mar profundo é uma atividade que ainda não existe de forma comercial. No entanto, nos últimos anos, a indústria mineira tem aumentado a pressão para que se desenvolva o código que vai permitir iniciar esta atividade pela primeira vez na história da Humanidade e, aproxima-se, este ano, o momento em que isto pode finalmente ter início.

Perpetuar uma lógica de economia linear – aplicada a recursos finitos e raros – e arrasadora de ecossistemas fundamentais para a saúde do oceano é apenas mais uma página na história extrativista que nos trouxe ao caos climático.

O oceano é o maior reservatório de carbono que existe e a mineração em mar profundo irá libertar toneladas de carbono acumulado ao longo de milhões de anos com impactos imprevisíveis no aguçar da crise climática. É tempo de lutar contra o início desta atividade que tem sido promovida por governos e indústrias com base em falsas premissas sobre a sua absoluta necessidade para apoiar a transição energética.


11h45 Plenário: Porquê Atirar Sopa a Quadros?

sessão com presença de ativistas de Letzte Generation, Make Them Pay e Scientist Rebellion, Greve Climática Lisboa, Parar o Gás e Abolir Jatos Privados

A crise climática é internacional, e o movimento por justiça climática também. É impossível discutir o futuro do nosso movimento em Portugal sem olharmos para além de fronteiras, no que o nosso movimento está a fazer em outras partes do mundo. 

Por toda a Europa, o movimento está se a radicalizar: desde sopa de tomate atirada a vidros, passando por bloqueios de auto-estradas com milhares de pessoas, ocupações estudantis de escolas e universidades, cientistas colados a vidros, até invasões de pistas de aviões em aeroportos, e muito mais. Enquanto isto acontece, cresce também a repressão contra os ativistas. 

Que impactos tem tudo isto para o nosso movimento em Portugal?

O que é que as novidades lá fora nos dizem sobre o que devíamos estar a fazer aqui?

Como é que podemos ter ações mais eficazes, mediáticas e com um maior nível de disrupção?

Que consequências trará a utilização de táticas mais radicais para o movimento em Portugal, e como é que nos podemos preparar para tal?

São estas questões que pretendemos explorar neste plenário. Vamos contar com a presença das ativistas internacionais do Letzte Generation, do Make Them Pay e do Scientist Rebellion, bem como com ativistas de Portugal da Greve Climática Lisboa, da campanha Parar o Gás e da campanha Abolir Jatos Privados.

Se não vieres a Coimbra, é possível assistires online a este plenário. Inscreve-te para participação online, aqui.

Nota: Esta sessão vai ser em inglês. Na sala, vamos improvisar interpretação para português mas online não vamos ter capacidade técnica para garantir isso.


15h30 Sessões paralelas

Hoje é o último dia com Gás. E agora?

sessão organizada pelas campanhas Gás é Andar para Trás e Empregos para o Clima

Hoje descobrimos que o gás fóssil propaga um vírus altamente mortífero. É preciso fechar todas as torneiras de fornecimento de gás. E agora? Quais as consequências? O que é possível fazer?

Numa conversa de ficção científica com especialistas em várias áreas, vamos discutir o que seria um mundo sem gás fóssil e desafiar as 2 opções que enfrentamos: o fim do mundo ou o fim da era fóssil.

Justiça Climática para quem e qual o papel das mulheres nas respostas à Emergência Climática?

sessão organizada por Youth Climate Leaders e UMAR – União de Mulheres Alternativa e Resposta

A partir da mediação, as oradoras apresentam a importância da discussão de género na emergência climática, trazendo a discussão da razão das mulheres (principalmente as periféricas e de áreas menos favorecidas) serem as mais impactadas com a emergência climática.

Pelo lado da Youth Climate Leaders é proposta a participação de Anne Heloise Barbosa, especialista no tema de justiça climática e direito das mulheres. A UMAR convida como oradora a médica Lara Pinheiro Guedes que se dedica à saúde pública e atualmente investiga o impacto da poluição na saúde humana.

Transição Agrícola: uma questão de transição energética

sessão organizada por ProTejo

O alimento é energia e a sua produção está na base da sobrevivência da espécie humana.

O setor agropecuário, responsável por 25% a 30% das emissões de GEE, é um dos principais responsáveis pela perda da biodiversidade, consumo de água excessivo e com forte dependência nos combustíveis fosseis. Este setor e o da água têm sido objetos de políticas sistémicas que providenciam uma concentração de poder ao nível global.

Ao referido acima, ainda é adicionado a crescente escassez de água e injustiça intergeracional que nos obrigarão, a bem ou a mal, a mudar de paradigma. A questão agrícola é uma questão energética, hídrica e de justiça climática e, por isso, existem soluções que são precisas ser pensadas, propostas e debatidas. Estas devem ser baseadas na natureza e na renaturalização e permitirão que demos passos de avanço num caminho que se vai esgotando em direção ao colapso.


17h20 Sessões paralelas

Neocolonialismo e Justiça Climática

sessão organizada por Scientist Rebellion Portugal e AmbientalIST

O cancelamento da dívida é apenas o primeiro passo indispensável para o Sul Global alcançar uma transição justa e fazer a reparação de danos climáticos. De facto, é o Norte Global, que controla as organizações financeiras internacionais, quem deve uma dívida ecológica tremenda.

O AmbientalIST e a Scientist Rebellion Portugal convidam a Debt for Climate e especialistas em justiça climática para apresentar o movimento ativista global nesta sessão internacional e como ele pode também ser aplicado à realidade dos países da Europa periférica – os mais endividados a nível europeu assim como os mais afetados pela crise climática.

Como pode a sociedade responder aos incêndios catastróficos?

Em ciclos cada vez mais curtos, as áreas florestais vão ardendo e reduzindo-se, caminhando para a simplificação e a desertificação. Numa sociedade muito atomizada é-nos dito que só o poder político do governo ou o poder económico das celuloses e outras indústrias da madeira podem tomar as decisões que nos trouxeram a esta situação dramática.

Não é assim, mas não sendo assim, o que podemos fazer?

Que tipo de organização, evento e ação permitem às pessoas comuns e à sociedade reagir e travar incêndios futuro? Uma sessão de reflexão e proposta para olhar o futuro com mais confiança, vinda da ação coletiva e estratégica.

Power to the People: o poder da participação pública, da pressão social e dos mecanismos legais na luta pela Justiça Climática

sessão organizada por Um Coletivo e Último Recurso

A igualdade no acesso ao poder é fundamental para a construção de uma sociedade mais plural e democrática, capaz de enfrentar eficazmente a crise climática.

Para tal, os cidadãos têm que conseguir influenciar as decisões políticas, responsabilizar os seus representantes políticos e propor novas soluções comunitárias.

Hoje mais do que nunca, os cidadãos devem ter uma voz forte nos processos políticos que afetam as suas vidas.

Como pode a sociedade civil organizar-se para travar a continuação da política do business as usual que não representa os projetos de futuro da comunidade? De que forma podem os mecanismos do sistema ser utilizados contra o próprio sistema, para construir um futuro alternativo melhor para todas? 


19h00 Plenário Final

Depois de 10 sessões em que cada uma de nós pode no máximo participar em quatro, vamos voltar ao plenário para ouvir as conclusões das sessões e os próximos passos do movimento.


Espaço – Criança!

Criar e apontar para uma comunidade justa e que mete os cuidados e a vida no centro exige que integremos o trabalho de cuidados como uma parte integrante da organização da mesma. Compreendemos esta missão e propomos então a presença de um espaço criança.

Teremos este espaço aberto entre as 9h15 e as 19h45, ou seja durante o sábado inteiro, com um programa que constitui:

  • Atividades de desenho
  • Contação de histórias: Roda de Canto
  • Mini ações ativistas
  • Atividade com a reutilização de resíduos

Mais informações, na mesa de receção.


A página principal do Encontro, aqui.

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